Museu do Amanhã visto pela parte de trás, onde há um espelho d'água.
Museu do Amanhã, visto pela parte de trás, no espelho d’água.

Sobre o Museu do Amanhã

Pensem nas criaturas que ficaram horas e horas brincando no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro? Pois é. Era dia de ir pra praia, mas São Pedro, o troll, lamentou-se, e disse que o ecossistema precisava de chuva naquela época — uma desculpa, a princípio, um tanto esfarrapada, não fosse o fato de o Museu do Amanhã falar justamente sobre o nosso planeta e sobre como ele precisou, precisa e precisará continuamente de equilíbrio. São exposições fantásticas por lá que valem a sua visita. No fim das contas, São Pedro nos fez foi um favor, pois adoramos demais visitá-lo, e, se não fosse a chuva, não o teríamos feito.

Visitamos duas vezes. Uma na época das Paralimpíadas, e, neste caso, só vimos do lado de fora. Tava lotado de gente, era até difícil tirar uma foto decente, haha! E outra vez em um frio e chuvoso dezembro. Por isso, teremos fotos aqui desses dois dias.

Fotos no Museu do Amanhã, na parte de trás.
Estrela gourmet que tem no meio do espelho d’água.

A premissa do Museu do Amanhã é precisamente isso: um museu de ciências que se propõe, sob os princípios da sustentabilidade e da convivência, a analisar o passado, o presente e os caminhos distintos que levam ao futuro. E que futuro é esse? Os próximos 50 anos. Caminhos que levam para o bem estar e caminhos que levam para o caos. Qual pílula escolheremos? A vermelha ou a azul? Fica a nosso cargo.

Desenhado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava – também conhecido pelo seu trabalho anterior na Cidade das Artes e das Ciências em Valência, na Espanha, que também visitamos e que também tem um formato muito louco (post em breve) –, o museu tem uma forma um tanto exótica que deu um tom distinto à Praça Mauá. E não basta o formato – de acordo com o a posição do Sol, as placas solares na cobertura do prédio se movimentam para acompanhar o Astro Rei, o que não apenas aumenta a captação de energia como também valoriza a luz natural entrando pelo museu. Essas placas solares estão instaladas em 48 conjuntos móveis que nem asas metálicas, que dão um efeito diferenciado ao prédio. Não é feitiçaria, é tecnologia!

Fico imaginando os cariocas de épocas antigas vendo esse museu, caso ele fosse teletransportado para aquela época. Achariam que é o quê? Uma baleia gigante mutante com poderes mágicos querendo atacar a cidade? Arthur C. Clarke já sabiamente falava em sua 3ª lei de Clarke: qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de magia. E, às vezes, penso que o que estou vendo é magia, e olha que sou do presente mesmo (sinto muito a todos que achavam que eu fosse um viajante do tempo). Impressiona demais!
Bom, já deu pra entender que vale a pena visitar o troço, não é? Então vamos falar sobre a nossa experiência nesse lugar massa demais!


Não deixe de ver o vídeo musical acima. Além de curtinho e divertido, pouco mais de 2 minutinhos, é o prólogo de nossa série de vídeos “Lights from Desert2Snow”, de nossa última viagem que se iniciou no Rio e passou pelo Marrocos, Espanha, Andorra e França. Assiste lá! Vai gostar!
Provavelmente este vai ser o post mais sério do blog inteiro, que costuma ser bem focado no humor, mas é porque eu não consigo fazer muita piada com esse museu de ciências que fala de uma coisa tão séria, que é a sustentabilidade. Acho que vale a pena visitar e prestar atenção nos detalhes, para refletir muito sobre o caminho que a humanidade está trilhando e o nosso papel individual nisso tudo. Ao mesmo tempo, não quis deixar de relatar a experiência para vocês.

Dicas para visita do Museu do Amanhã

Como chegar

Recomendamos o aplicativo Moovit (iOS, Android) para ver como chegar no Museu do Amanhã (e em qualquer lugar do RJ). Você pode programar uma hora de chegada no aplicativo e ele vai te dizer quando deve sair de onde está, e quais as opções de transporte público disponíveis para chegar lá. Nós optamos pelo Uber mesmo, pois chovia um tanto.

Comprando ingressos

Dentro do Museu do Amanhã. Do lado esquerdo, a estrela. Do lado direito, o globo logo na entrada, e a fila.
Dentro do Museu do Amanhã. Do lado esquerdo, a estrela. Do lado direito, o globo logo na entrada, e a fila. Notem que a fila do meio é de quem não comprou ingresso antecipado, enquanto quem comprou ingresso antecipado vai pelo cantinho da direita e passa todo mundo aí!
As compras de ingresso podem ser feitas na hora, desde que haja disponibilidade, porém é recomendado que se faça online com antecedência, pelo site do Museu do Amanhã. Você compra por intervalo de horário. Nós, por exemplo, compramos um ingresso para o intervalo das 10:00am às 11:00am. Chegando lá, você entra em uma fila especial e não gasta tempo, além de não correr risco de não ter vaga (as entradas são limitadas).
Chupar dedo é uma opção. Indesejável, mas é uma opção. Compre seus ingressos com antecedência e chegue na hora!

O lado de fora

Jardins na lateral do Museu do Amanhã.
Jardins na lateral do Museu do Amanhã.
Coisa que vale a pena fazer no Museu do Amanhã, se o clima estiver ajudando, é dar uma volta em torno dele, apreciar o ambiente, seus jardins, o espelho d’água ao fundo (que tem um monumento de uma estrela muito louca) e, claro, dar um belo mergulho no espelho d’água (por favor, não façam isso, é brincadeira, gente, não façam). Observe as asas metálicas e todo o conjunto arquitetônico impressionante. Vale a pena!

Lateral do Jardim do Amanhã.
Olhando pro infinito na lateral do Jardim do Amanhã.


Como é o Museu do Amanhã?

Estrutura do Museu

Mapa do Museu do Amanhã, conforme disponibilizado pelo próprio Museu.
Como já disse, o museu é sobre o passado, o presente e o futuro – sobretudo sobre o futuro e sobre como vamos chegar lá. Então cada uma das partes do museu reflete um momento. É possível visitá-las em qualquer ordem pelas laterais, porém recomenda-se que sejam visitadas em ordem:
  1. Cosmos: De onde viemos?
  2. Terra: Quem somos?
  3. Antropoceno: Onde estamos?
  4. Amanhãs: Para onde vamos?
  5. Nós: Onde queremos ir?

Ah, tem um widget interessante no museu, que é a Iris. É um cartão que você recebe, que, além de servir para validar sua entrada, também pode ser utilizado em vários terminais para interagir com eles e deixar sua marca. Pra quem, como a Xuxa, vive no mundo da imaginação, dá até pra brincar que o pedacinho de plástico tem um assistente virtual mesmo (risos).

Cosmos: De onde viemos?

O Cosmos é a bolona gigante que você vê logo na entrada. Dentro dele tem um vídeo em formato de projeção 360º sobre a formação da Terra. Pode ser que tenha fila, mas não deixe de visitá-la antes das outras atrações. Ah, e queira ter a sorte de ser um dos primeiros da fila na sua vez, para que você possa deitar confortavelmente nos pufes da sala! Do contrário, acho muito provável que tenha que ficar olhando pra cima e acabe ficando com um baita de um torcicolo, haha!
Achei impressionante, de verdade, e um tanto psicodélico!

Terra: Quem somos?

Parte de fora dos cubos no Museu do Amanhã.
Parte de fora dos cubos.
A seguir, você encontrará três salas em formato de cubos, cujos nomes são: Matéria, Vida e Pensamento. Do lado de fora, animações um tanto distintas com LEDs. 
Parte interior do cubo "Pensamento", no Museu do Amanhã.
Parte interior do cubo “Pensamento”.
Do lado de dentro, exposições que se aproveitam de efeitos de luz e de vento. Inclusive, o da Matéria é muito loucão, tem um pedaço de pano bem fino flutuando simbolizando o oceano, coisa bem arte moderna mesmo (mas fiquei me perguntando como raios o pano ficava flutuando e não saía voando pra fora da sala…); já o da Vida mostra formas de micro-organismos; enquanto o terceiro, Pensamento, exibe imagens de várias partes do mundo, culturalmente distintas entre si, afinal, cultura nada mais é do que uma derivação de pensamentos coletivos.

Antropoceno: onde estamos?

Essa eu achei interessante também. São uns pufes no meio para deitar de colunas com telas realmente grandes e altas passando um vídeo. Elas falam sobre o que o ser humano produz atualmente – seja isso bom ou ruim! Se o ser humano é capaz de fazer maravilhas, ele também pode destruir o meio ambiente como resultado. E aí, como lidar com isso?

Amanhãs: para onde vamos?

Parte "Amanhãs", no Museu do Amanhã.
Adoramos esse lugar para tirar fotos!
Nessa parte nós temos salas com monitores nas paredes mostrando as diversas possibilidades de futuros. Note que a seção se chama “amanhãs”, no plural, porque, como num jogo de RPG, temos vários caminhos para seguir, e cada um deles cai em um específico, com um futuro distinto. Qual é o melhor?

Nós: como queremos ir?

Esta parte é mais uma arte moderna. É um formato sobre o qual não sei muito bem como descrever. Mas a mensagem que ele tanta passar é sobre como nós, individualmente, podemos agir de forma a chegar no amanhã que nos é mais interessante. Não peguei nada disso, mas achei que foi um lugar ótimo para tirar fotos e fazer vídeos, risos.

Exposições Temporárias

Uma exposição temporária no Museu do Amanhã.
Liliam atrás de uma cortina.

Não deixe de procurar pelas exposições temporárias, que normalmente ficam um pouco escondidas no primeiro andar. A exposição que estava lá quando visitamos era totalmente focada em sustentabilidade, e mostrava formas diferentes de se obter energia.

Tinha, por exemplo, uma bicicleta que, ao pedalar, fazia lâmpadas piscarem. Uma coisa engraçada era um painel para brincar de repentista. Na tela, um cara começava uma música e você, com o fone de ouvido e um microfone, tinha de continuar. Muito engraçado!

Uma exposição temporária no Museu do Amanhã sobre sustentabilidade.
Mais sobre a exposição temporária que havia lá.

Mas o que mais nos chamou a atenção foi uma máquina (já disponível, inclusive, para ser comprada) que capta a umidade do ar e transforma em água potável. A água era ótima (tinha gosto de água mesmo! Uau!), e nos foi oferecida em um copo biodegradável feito de mandioca. Muito bom!

E foi assim a nossa visita ao Museu do Amanhã. Espero que tenham gostado do post e que visitem o museu, pois é muito bacana.