Eu e a Liliam em um Sidecar

Previously on S2S’s Cape Town Trip

No post anterior, que você pode acessar clicando aqui, visitamos os jardins de Kristenbosch e também as maravilhosas vinícolas do Constantia Valley – Groot Constantia e Beau Constantia.

No post de hoje, relatamos sobre nosso passeio de sidecar até o Cabo da Boa Esperança, passando por Simon’s Town, Boulder’s Beach (a famosa praia dos pinguins) e Chapman’s Peak!

Para quem preferir, ao invés de ler o post, é possível assistir ao vídeo acima, que é sobre nossa ida ao Cabo da Boa Esperança. É um vídeo curto, mas denso em informações, além de bem animado! Assistam!

Além disso, dê uma olhada no índice de posts + FAQ para saber mais sobre a Cidade do Cabo.

Dia #3 (19/03/2017): Passeio de Sidecar até o Cabo da Boa Esperança, Cape Wheel

Ah não, gente. Que passeio foi esse! Foi caro, não devo mentir, mas foi tipo.. o máximo!
O objetivo era fazer um passeio de Sidecar até o tal do Cabo da Boa Esperança. Sim, sim, esse lugar de que a gente ouve falar na escola, que era um pit-stop no finalzinho da África, marcando pioneirismo na prática do stopover, na época em que os europeus davam uma volta no continente só pra comprar sal, enquanto você, na vida boa, só precisa ir até o supermercado e ainda reclama. Crie vergonha.

Tínhamos de conferir de qual era. E, sim, é um passeio obrigatório.

Reservamos com uns 3 dias de antecedência no site da City Sightseeing.

O passeio inclui:

  • Aluguel de uma poderosa jaqueta contra o frio da City Sightseeing, dos capacetes e dos óculos de proteção;
  • Uma bandana de pescoço para proteger o nariz do vento frio, que fica de presente;
  • Entrada no Cabo da Boa Esperança.
Não inclui:
  • Entrada na Boulder’s Beach; e
  • Almoço.
Apesar da foto acima, vale ressaltar que ela nada mais é do que uma foto bem poser, já que a gente não pode dirigir a moto. No caso de um passeio para duas pessoas, uma fica na garupa e o outro fica no carrinho. Na maior parte do tempo, eu fiquei na garupa e Liliam ficou no carrinho, mas revezamos no final. A princípio, pensei que seria bem desconfortável, mas a sensação do vento frio passando pela cara tava boa demais. Passeio ótimo!
Bem cedo, já estava lá o motorista na frente do nosso hotel com o tal do sidecar utilizado na 2ª Guerra Mundial, que como foi parar na África do Sul eu não sei. Coisa louca, não? Vestimos os equipamentos e já fomos para a ação. Achei que ficaria com um pouco de medo, mas nada. Seguimos pela cidade e foi tudo muito tranquilo. Pegamos a estrada para o Cabo da Boa Esperança.
O caminho do tour foi o seguinte:
O vento no caminho era bem frio, porém a jaqueta realmente corta bem, então não há de ser problemas. Só é um pouco difícil de respirar, então é sempre bom ficar com a bandana no rosto.

Dentre as vantagens desse passeio, está a experiência de passear em um sidecar. É uma delícia. Porém não devo deixar de dizer que, infelizmente, passamos por alguns pontos muito rápido. Tipo nos Pinguins, acho que ficamos 20 minutos no máximo. Não deu pra aproveitar quase nada. Então, se quiser aproveitar os lugares mesmo, vá de carro. Mas se quiser uma experiência totalmente diferente, vá com esse tour.

Passeando no carro
Gosta dos gifs do post? Pois assista ao nosso vídeo no Canal do YouTube para ver mais sobre o passeio!

Em nota paralela, fico só imaginando minha mãe vendo as fotos. Não bastasse o filho querido dela tivesse mergulhado com tubarões, arriscando mortalmente a sua vida, ainda resolveu andar de moto. O juízo já se fora por completo e acho que, atualmente, ela prefere deixar meu destino nas mãos divinas.


Cabo da Boa Esperança

Nosso motorista recomendou que parássemos pouco no caminho para que chegássemos no Cabo da Boa Esperança o mais rápido possível, pois costuma ter fila de carros na entrada! Assim que chegamos, realmente, não tinha fila, mas, quando saímos, era bem grande.

Dica 3.1: programar-se para chegar cedo no Cabo da Boa Esperança, até, no máximo, 10h da manhã.

Cabo da boa esperança. Ele existe!

Assim que se entra no parque, ainda há um bom pedaço de estrada até chegar no Cabo propriamente dito. Tão logo chegamos, fomos direto para a famosa plaquinha em que havia pelo menos um monte de gente tirando foto. Dificuldade das grandes para conseguir uma foto sozinhos! E olha que estava cedo e com pouca gente! Nessa foto, por exemplo, ainda tem um carinha atrás da gente, que talvez você nem fosse notar se eu não dissesse.. e é a foto que ficou menos pior.

Pois é, estávamos lá. O lugar era real. Não era uma mentira dos professores de história.

Foto mórbida com a baleia morta. Requiescant in Pace.

Logo após isso, o motorista nos disse que teria uma surpresa para nos mostrar. Ficamos curiosos, óbvio. Então, ele nos levou até uns restos mortais de uma baleia que aparecera ali uma semana antes e que ficara encalhada na terra. Muito curioso, e o cheiro de podridão no ar. Fiquei com peninha, pra ser sincero, não sabia se ria ou se ficava incomodado. Não sabia. “Tudo bem”, pensei. Era uma baleia assassina, né? Não era a Free Willy, tão fofinha, saltitando no mar, mal sabia que seria esse o seu fim.

Seguimos, então, para o farol de alexandria. Tem como subir de bondinho ou a pé. Sugerimos que subam na pernada mesmo, pois o caminho é bonitão.

Engraçado que eu perguntei pro motorista, “e aí, quanto tempo ficamos aqui?”, e ele respondeu, “o tempo que quiserem”.

Portanto, subimos.

Essa é a Liliam subindo dramaticamente por conta do vento intenso (observar os outros transeuntes no fundo agindo normalmente).

A subida é bem tranquila. Tem algumas lojas de conveniência no meio, mas não paramos em nenhuma. Aproximando do farol, existem algumas bifurcações. Recomendo que passe por todos. O vento é bem intenso, daqueles capazes de carregar até gorro da cabeça se não tiver muito bem preso! Tiramos muuuitas fotos, de vários ângulos. É um lugar realmente bonito.

Subimos no farol. Lá existe uma daquelas placas dizendo as distâncias do lugar a cidades famosas. Vale uma foto.

A propósito, claro que tudo vale uma foto. Que óbvio!

Voltamos porque o motorista, muito embora tivesse nos dado carta branca para ficarmos quanto quiséssemos, nos ligou pedindo para que a gente descesse. Quando descemos, ele nos disse, espantado, “nossa senhora, nunca na vida turistas ficaram tanto tempo nesse lugar, vocês ficaram por mais de hora! Gostaram mesmo desse lugar, hein?”. Pra ser bastante sincero, procurei na internet um código CID-10 para essa doença psicológica em que você fala uma coisa e depois faz entender outra, porém não encontrei. Acho que não foi catalogada. Achei estranho, mas prosseguimos.


Boulder’s Beach

Nossa próxima parada era a Bouder’s Beach. Ele nos deu 20 míseros minutos para explorar.

Dica 3.2: Foi o único lugar dentre todos em que não aceitavam cartão de crédito. Tinha de pagar em dinheiro.

É uma praia cheia de pinguins aproveitando um belo dia de sol. Eles são muuuito lindos e fazem pinguinzisses como, por exemplo, vir em uma onda surfando. Tá, essa não só foi a coisa mais radical que eu vi um pinguim fazendo como também foi a única coisa que eu vi um pinguim fazendo: no geral, ficam paradinhos.

Aparentemente, eles ficam ali naturalmente. Chegam por conta de uma corrente que vem da Antártida. O pessoal fez, inclusive, casinhas para eles ficarem de boas caso queiram.

Não pode chegar perto deles. Você fica em uma plataforma só observando. É bem natureza mesmo, e os pinguins são respeitados. Lembrando que você pode levar o seu pau para este lugar, desde que não seja um de selfie.

Quer ver mais sobre os pinguins? Pois veja o nosso vídeo no canal do YouTube. È bem animado e bem informativo!

Simon’s Town

É uma cidade portuária que fica no litoral e no pé de uma montanha. Tem um estilo colonial britânico, bem agradável ela.

Somente almoçamos carne de avestruz no Bertha’s Restaurant lá e tiramos algumas fotos rapidinho.

Ah, aproveitamos para conhecer bastante também o motorista. Pra falar a verdade, ele começou a falar até demais sobre a vida dele. Não sou das fofocas, e muito menos fofocaria em meu blog de viagens, porém essa não deixarei passar. Perguntou se conhecíamos Salvador. Fiquei me indagando por que raios ele perguntaria justo sobre Salvador, quando as únicas cidades conhecidas pelos estrangeiros são Rio de Janeiro e São Paulo. Quando sabem o que é Brasília já é algum lucro.


“Tenho uma namorada brasileira, e ela é de Salvador”, ele disse. Caraca, uma namorada… Brasileira? “Isso é loucura, eu sei, mas ela quer que eu a visite e que continuemos namorando, é loucura, moramos muito longe um do outro”. Disse a ele que o entendia mais ou menos, já que eu e a Liliam moramos separados (eu em Brasília e ela em Goiânia) por 8 anos enquanto namorávamos, mas, cacete, de Brasília a Goiânia são apenas 3h, não é necessário atravessar… o atlântico. Realmente, muito ânimo. Ele me mostrou uma foto dela e era uma loira. “Típica brasileira”, eu menti. Parecia uma holandesa. Porém, pelo que me dizia, a mulher se gamou mesmo nele.

Anyways, foi aí que demos um azar dos bons. Estava tendo um evento anual de marinha em Simon’s Town, o tal do South African Navy Festival, então a cidade estava absurdamente cheia, já que é um evento muito prestigiado e, portanto, famílias vão para a cidade para aproveitá-lo. Para sair e voltar até a Cidade do Cabo, estava um congestionamento enorme. Então o motorista resolveu seguir outro caminho. Contudo, assim que chegamos nessa outra rota, um guarda falou que o outro caminho estava bloqueado por manifestantes. O motorista nos disse que esses manifestantes aproveitavam o dia festivo, sabendo que causariam grandes estragos no trânsito. Então tivemos que voltar para o caminho anterior, e, claro, o congestionamento, àquela altura, estava bem maior.

Óbvio que, ante a situação catastrófica, eu e o motorista já estávamos secretamente planejanto desatarrachar e deixar a Liliam sozinha ali no congestionamento para ir passando pelos corredores de carro só com a moto. Mwhahaahah! (pobre Liliam)

Merda sagrada (tradução literal de holy shit). Passamos umas boas horas em um congestionamento. O motorista sugeriu que começássemos um concurso de piadas. Quis cantar Waka Waka naquele momento, mas fiquei com medo de parecer um retardado falando uma língua que pareça qualquer coisa, menos africâner. Acabou que não fizemos nada de mais. Só esperamos mesmo.

Terminado o congestionamento, seguimos para a Chapman’s Peak.

Chapman’s Peak

A Chapman’s Peak é uma estrada costeira que passa pelas montanhas. Nem sempre está aberta, pois pode ser muito perigosa em dias com muito vento, havendo risco de deslizamento de pedras. Por nossa sorte, estava abertíssima e conhecemos uma estrada com um visual sensacional.

A melhor forma de ter noção da beleza do lugar é ver o nosso vídeo no nosso canal do YouTube. Clique aqui para vê-lo!

Não há muito o que falar não, apenas fiquem com as fotos e tirem suas próprias conclusões.

Dica 3.3: Se tiver com carro e a pista estiver aberta, não deixe de dirigir nela. Você pode ir parando em vários mirantes para tirar fotos. Todos são muito fodas. 

Dica 3.4: Experiemente a estrada durante a tardinha. O sol se põe do lado da Chapman’s Peak, então as cores do lugar ficam intensificadas durante a tarde.


Green Point Stadium (de fora)

Após isso, o motorista nos dirigiu de volta a nossa hospedagem. No meio do caminho, pudemos ver do lado de fora o Green Point Stadium, estádio utilizado na época da Copa do Mundo. Ele é bem interessante por ter um formato de um daqueles chapéus típicos africanos, o que era facilmente perceptível à primeira vista.

Pôr-do-sol na Cape Wheel

O que faltava nesse dia? A resposta é: assistir a um pôr-do-sol cabuloso em algum lugar. Escolhemos a Cape Wheel no V&A Waterfront. Estávamos meio atrasados, então fomos correndo!

Não tinha quase nenhuma fila, então entramos bem rápido. Foi muito bacana porque o pôr-do-sol tava no momento maravilhoso do dia. Então, a cada giro a gente via o sol aparecendo, esplêndido; a cada giro, ele se despedia.

V&A Waterfront

Andamos como sempre pelo Waterfront e tiramos algumas fotos. Nós realmente amamos o clima do lugar. É bom demais, as pessoas felizes, muitos bares. Queria morar perto de um negócio desses.

Muito cuidado para os bichinhos não cagarem em vossas cabeças

Uma das coisas que eu realmente queria da áfrica era comprar um Nintendo Switch. Eu, que sou gamer, tenho o desejo de ter todos os videogames, e, claro, o Nintendo Switch havia acabado de lançar, e eu, obviamente, já queria o meu. A Nintendo havia lançado oficialmente o console na África o Sul. Havia visto o preço na internet, e achei que o preço, embora não fosse tão bom quanto o dos Estados Unidos, também não era tão ruim quanto o valor importado no Brasil.
Contudo, o sucesso do console híbrido entre portátil/de TV da Nintendo fez tanto sucesso com o jogo Zelda: Breath of the Wild que os estoques em quase todo o mundo já haviam acabado em duas semanas. Então eu não achei para comprar em lugar nenhum. Triste! Haha.

Então eu comprei um Batman e Liliam comprou um Simba, toda feliz, em uma loja de brinquedo (risos). Aproveitamos para comprar roupas, também, pois algumas estavam em conta. Eu sonhava ter um sobretudo, por exemplo, então eu comprei um para mim.


Janta no Balthazar Restaurant Wine & Bar

Jantamos no Balthazar Restaurant Wine & Bar, onde comemos um T-Bone Steak e um Carpaccio, que aliás, estava divino. Foi a partir desse dia que começamos a ficar viciados em carpaccio. Onde quer que vejamos em algum menu, pedimos.

Ah, e a carta de vinhos era gigantesca, nunca vi um negócio desses, haha! (tudo caro, aliás) Escolhi o mais barato que tinha, como sempre, e pedi.

Esse foi o nosso dia muito bacana, espero que tenham curtido o post. Não se esqueçam de ver o vídeo no topo, que é um vídeo musical bem bacana.

Links

Uma outra visão desse passeio – só que feito de carro – vocês podem ler no excepcional blog da Anna do Mala de Viagem, no post “Um mergulho na história: Cabo da Boa Esperança e Boulder’s Beach“. Tudo muito bem escrito e detalhado!

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