Museu de les Ciències Príncipe Felipe e o L'Hemisphèric, na Ciudad de las Artes y las Ciencias.

Conhecendo a Cidade das Artes e das Ciências, em Valência – um complexo arquitetural incrível que você não pode deixar de conhecer.

Uma passagem ao acaso

Certo dia, como habitual, estávamos assistindo ao programa “O Mundo Visto de Cima”, em que a gente esteve um tanto viciados em uma época, inclusive recomendamos demais. Estava passando sobre Valência. Sendo absolutamente sincero, nunca tinha nem sequer ouvido falar dessa cidade espanhola. Mas algo nos chamou a atenção: a tal da Cidade das Artes e das Ciências. Um complexo gigante com prédios muito diferentes, lembrando muito o Museu do Amanhã no Rio de Janeiro, só que bem grandes! Tinha até um olho, que loucura! Fomos pesquisar e… bom, definitivamente sabíamos que queríamos visitar.
Esse desejo ficou em background e a gente tinha até se esquecido disso, eis que surgiu uma promoção da Royal Air Maroc para vários destinos da Europa com stopover em Marrocos. Queríamos visitar o país árabe (veja o nosso roteiro no post Marrakech (Marrocos): Dicas e Roteiro de 5 dias) e também o velho mundo ocidental, então decidimos comprar. Como sou murrinha que só até não caber mais, vi na lista qual era o destino com a passagem mais barata e era para Valência, essa cidade desconhecida. Pesquisei rapidamente na internet sobre a cidade e OLHA SÓ, era aquele lugar do complexo muito louco! Compramos, e decidimos ficar em Valência durante um dia inteiro para aproveitar esse lugar.

Meditando dentro do L'Umbracle, na Ciudad de las Artes y las Ciencias.
Meditando no L’Umbracle, na Ciudad de las Artes y las Ciencias.

Quem diria! O nosso primeiro dia completo no velho mundo foi moderno até demais: irônico, não é mesmo? Que diferentões. Valência acabou ficando em nossa memória por ter sido a porta de entrada para a Europa.

Esse post também será um pouco mais sério do que os outros. Fico triste, não consegui fazer muita piada com um museu de ciências, mas, mesmo assim, estou passando as informações para vocês!

Visitamos em Dezembro de 2017.

Índice

Neste post, você encontrará o seguinte conteúdo:

Dica de Hospedagem em Valência

Se teu objetivo em Valência for conhecer o complexo, um ótimo lugar para se hospedar é o NH Valência las Ciências. É barato, bom, confortável e do lado do complexo, em 5 minutos andando já está lá. A nossa diária foi de R$170 na época.

Sobre a tal da Cidade das Artes e das Ciências

O que é? É de comer?

Uma visão do Palau de les Arts Reina Sofia.
Não é de comer, mas é muito bom. A Cidade das Artes e das Ciências, ou Ciutat de les Arts i les Ciències, no dialeto valenciano, tal como se vê nas inscrições do local, é um complexo arquitetural em Valência e é considerado um dos doze tesouros da Espanha. Foi construído no fim do rio Turia, que foi drenado e desviado após uma inundação catastrófica. Participaram do desenho dos prédios Santiago Calatrava – também responsável pelo Museu do Amanhã no Rio de Janeiro (confira o nosso post sobre o Museu do Amanhã), e daí vem a semelhança toda – e Félix Candela – um grande responsável pela arquitetura dos prédios da Cidade do México. Construíram, portanto, prédios modernos em meio a uma cidade histórica, concedendo à cidade um contraste único e dando a você, amiguinho leitor, um bom motivo para estender a sua viagem para Valência também!
O conjunto é composto pelos seguintes prédios:
  • L’Hemisfèric: um prédio em formato de olho em meio a um espelho d’água. Nele, funciona um cinema IMAX 3D com projeções.
  • L’Umbracle: é um jardim de esculturas que se pode visitar gratuitamente. Mesmo estando no inverno, tava tudo verdinho e bem cuidado! É coberto por arcos, que dão um charme especial ao local e o torna bem fotogênico.
  • Museu de les Ciències Príncipe Felipe: um museu de ciências interativo em formato de baleia com vários andares, cada um que exposições variadas sobre física, corpo humano, química e afins, possuindo tanto exposições permanentes quanto itinerantes. É a parte que mais inspirou o Museu do Amanhã.
  • L’Oceanogràfic: o maior aquário oceanográfico da Europa, com inúmeros edifícios, cada um deles mostrando espécies de diferentes ambientes aquáticos. Há, também, uma parte com aves.
  • Palau de les Arts Reina Sofía: um palácio com várias salas. É dedicado à música e às artes cênicas.
  • L’Àgora: esta construção é a mais recente – é um espaço multifuncional, e, normalmente, hospeda eventos que não são abertos ao público. Quando fomos, estava, inclusive, com o seu exterior em reforma. 
Em um dos tubos do aquário Oceanogràphic.
Em um dos tubos do aquário Oceanogràphic.
Antes de mais nada, só de observá-los de fora já é um passeio. O conjunto arquitetônico é de cair o queixo, e, garanto, é tudo bem maior do que se imagina pelas fotos! Por dentro, os prédios também impressionam.
Quando ficamos em Valência, ficamos praticamente um dia inteiro no complexo, e não foi possível, ainda assim, visitar tudo. Isso porque nos empolgamos muito no L’Oceanogràfic, visto que Liliam ADORA vida marinha, e acho que visitamos tudo por lá. Ou seja, tem muito para ver! 

Como se locomover

Museu de les Ciènces Príncipe Felipe visto de fora.
Museu de les Ciènces Príncipe Felipe visto de fora.
O complexo é muito grande, e, claro, você pode ir na pernada mesmo até criar calos, que foi o que nós fizemos. Mas é muito comum que se aluguem bicicletas para andar por lá. Nós vimos grupos andando, e parecia bem legal, mas não experimentamos. A Cyclobikes Valência, por exemplo, oferece tours de bicicletas pela Cidade das Artes.

Comprando ingressos

O L'Hemisféric na Ciudad de las Artes y las Ciencias visto de durante a noite. Belíssimo!
O L’Hemisféric visto de durante a noite. Belíssimo!
Você tem a opção de comprar os ingressos na bilheteria, mas eu recomendo comprar no site oficial da Cidade das Artes, pois, assim, você evita filas, principalmente porque você não precisa trocar nenhum ingresso – basta imprimir e o papel impresso será utilizado nas catracas de entrada. Quando fomos estava tudo bem vazio por ser o inverno a baixa temporada, mas imagino que no verão tudo ali lote!

O ingresso do Museu de Ciências, inclusive, pode ser utilizado quantas vezes quiser durante o dia. Ou seja, você pode sair e voltar.

Nossa experiência

Vamos falar abaixo sobre o que vimos, mas tenham em mente que há mais do que isso para ver lá.

Chegando lá

Como disse, ficamos hospedados muito próximo do complexo. Assim, em 5 minutos já estávamos lá. O sol tava bem intenso, o que considero ser a Europa dizendo “sejam bem-vindos!”. Mas, ao mesmo tempo, tinha esquecido os meus óculos escuros, e, como sou fotofóbico, tava já quase tirando o meu certificado de japonês, do tanto que meus olhos estavam fechados!

Assim que entramos no complexo pela rua de nosso hotel, pudemos já ver três dos prédios principais. De um lado, estava o Palau de les Arts Reina Sofía, em que não entramos, mas que pudemos vislumbrar e apreciar toda a sua majestosidade arquitetural. Incrível. À frente, no meio de um enorme espelho d’água, o Hemisfèric dava o seu ar da graça, olhando para a gente como se fosse o olho do Sauron. Insano! Do outro lado, era impossível não ver o Museu de les Ciències Príncipe Felipe, enorme, imponente, e um tanto bizarro. 
É o tipo de coisa que te faz pensar, “caramba, o ser humano é foda”.
Mas a gente queria mesmo ir até o aquário, então seguimos até ele.

L’Umbracle

L'Umbracle, na Ciudade de las Artes y las Ciencias, visto de dentro.
O L’Umbracle visto por dentro.
Como era meio que caminho, passamos por dentro do L’Umbracle, o jardim de esculturas. Esse é de graça. Paramos para observá-lo, tão bem cuidado e verde, o que, em contraste com o céu azul, visível em meio aos arcos que sobrepõem o jardim, fazia tudo ficar belíssimo! 
Pássaro no L'Umbracle, na Ciudad das Artes y las Ciencias.
Um pássaro de que a Liliam tirou foto!

Pássaros passavam por ali, e Liliam, fã das aves como é, claro que pegou a lente de zoom e correu para tirar foto dos bichinhos lindos!


Oceanographic

Entramos, então, no Oceanogràphic, o tal do maior aquário oceanográfico da Europa. Como ele é composto por vários prédios, quando se olha de fora não se nota nenhuma magnitude, pois os prédios não são grandiosos como os outros do complexo, muito embora sejam bonitos. Além disso, muita coisa é subterrânea. Só vai notar que é um lugar grande quando começar a andar por ele!
Vocês podem conferir o mapa interativo do aquário no site. Como se vê, faz sentido ser o maior do mundo! Cada um dos prédios possui uma área subterrânea com os aquários de ambientes distintos – como mediterrâneo, temperado, tropical, de ilhas, ártico e antártico. Muitas partes são ao ar livre mesmo, mas também existem passagens subterrâneas entre alguns dos prédios, e elas são naquele formato de tubo de aquário, em que você passa por dentro deles. E o mais legal: alguns desses tubos possuem, inclusive, tubarões e raias! Bem diferente! Adoramos!

O ingresso ao Oceanogràphic te dá direito a assistir a um show com os golfinhos. Liliam tava doidíssima pra ver um negócio desses. Pareceu-nos que são bem tratados. O show é espetacular, os golfinhos são muito inteligentes, pulam para fora d’água, brincam com os humanos e seguem os sinais perfeitamente e de maneira bem sincronizada, ficamos impressionados. Os shows são em horários definidos, então nossa recomendação é que se informe sobre um horário desejado e marque para o celular despertar 10 minutos antes. Ande normalmente pelo parque, e, assim que bater o despertador, corra para o prédio dos golfinhos!

Uma coisa interessante é que tem um aviário no meio também. É um construção bem distinta, com uma grade em formato esférico. Para entrar, você precisa pegar uma pequena fila, pois a quantidade de pessoas ali é limitada. É bonito, embora não seja o foco. O mais engraçado foi que uma das aves deu uma bela de uma cagada extremamente respeitável na bolsa de Star Wars da Liliam, recentemente comprada, haha! Foi um cocô tão grande não deu nem pra limpar direito depois. Imagina que louco ficar o resto do dia sentindo aquele cheirinho de bosta gostoso vindo de si mesmo? Maravilhoso.

Ah, e almoçamos no restaurante logo após o show com os golfinhos. Pegamos uma macarronada à bolonhesa e uma paella valenciana – que é basicamente um mexidão de arroz com açafrão, feijões gigantes e frango. Olha, melhor comida da nossa viagem inteira foi paella, é só o amor mesmo!

Museu de les Ciènces Príncipe Felipe

O Museu de Ciências foi o nosso segundo destino ali, mas sabíamos que não teríamos muito tempo, porque aproveitamos bastante o Oceanogràphic e restava menos tempo para este. O museu é aquele típico interativo, se você já visitou o Museu da PUC no RS, o Catavento em São Paulo ou o Museo Interactivo Mirador no Chile, ou até mesmo o Museu do Amanhã, apenas citando alguns exemplos, tem alguma ideia do que vai encontrar aqui. Exposições sobre física, química, biologia, astronomia, paleontologia, história e afins, a maioria delas com botões ou com algum tipo de interação – na maioria das vezes botões, mesmo.

Senti que as exposições não me impressionaram tanto. Como o museu foi criado no ano de 2000, dá pra notar que tem muita coisa bem antiga por lá, principalmente se comparado com outros museus interativos.

Mas também dá para perceber que, mesmo para época, o investimento foi alto. Por exemplo, na área de paleontologia, a quantidade de ossos antigos é enorme, e o valor daquilo certamente é alto. Na parte de eletricidade, tem uma mesa em que dois podem participar: nela há um tubo e cada um senta em uma de suas extremidades. Coloca-se um aparato na cabeça e teu objetivo é mover uma bolinha para o lado do oponente com o poder da tranquilidade. Sim, eles identificam o quão zen você está, e, se estiver mais zen do que o adversário, a bolinha vai na direção dele. Engraçado, não? Adivinhem quem ganhou? Liliam, claro. Não que ela seja uma monge budista, mas eu sou a pessoa mais ansiosa e com o cérebro mais enlouquecido que eu já vi!

Dica: você pode sair e entrar do museu usando o seu ingresso na catraca quantas vezes quiser.

Observando o L’Hemisphèric de fora

Saímos porque queríamos ver durante o entardecer o L’Hemisphèric, o tal do olho gigante que serve como cinema IMAX 3D. O dia estava limpo e havia de ser perfeito, certo? Não. A dica é que isso não é uma ideia muito boa, porque o complexo é circundado de prédios, e, da posição do L’Hemisphèric, que é muito baixa, você não vê pôr-do-sol nenhum, haha! Voltamos, inclusive, para o último andar do Museu de Ciências para vê-lo, mas, mesmo assim, não vimos muito.

Voltamos, de volta, para o redor do L’Hemisphèric durante a noite, e, devo dizer, é um espetáculo, tanto pelo formato exótico e moderno do negócio quando pela iluminação, que se reflete no espelho d’água. Muito bom!

Não entramos porque era um cinema IMAX 3D, e, por mais que isso seja legal, já visitamos um.

Feira de Natal

Como era Natal, tinha uma feirinha de Natal na área embaixo do L’Umbracle. Passamos por ela e foi a nossa primeira feirinha na Europa. Muito bacana!

Disclaimer

Este post não foi patrocinado por nenhuma empresa e mostra apenas nossas dicas e experiências pessoais conforme nossos gostos mesmo.