Guia e Roteiro sobre o que fazer na cidade de Pirenópolis num Fim de Semana. Visitar o Centro Histórico com as igrejas e casarões do século XVIII, como a Matriz de Pirenópolis ou a Igreja Nosso Senhor do Bonfim.

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Pirenópolis, ou Piri, para os íntimos, é uma pérola do Goiás. Sua arquitetura colonial e as cachoeiras ao seu redor atraem muitos, e com razão. Foi nomeada assim porque os colonizadores viram semelhança entre as montanhas em volta da cidade e os Pireneus. Provavelmente estavam bêbados. Estivemos por lá, não achamos parecido não, mas, sem dúvidas, a versão goiana da cadeia de montanhas europeia tem beleza e valor intrínsecos!

Normalmente, a galera vai pra Pirenópolis pelas cachoeiras e acabam deixando a cidade de lado. É o famoso “partiu cachu!”, e a região não deve em nada nesse sentido, ótimo motivo! Só que, dessa vez, fomos a Piri com o objetivo de conhecer a cidade — andar por suas ruas coloridas, conhecer igrejas, lojinhas, restaurantes e pontos turísticos.

Primeiro, um mini-guia para tirar algumas dúvidas que tiverem! Depois, os lugares!

Não deixe de ver o nosso vídeo acima. É um vídeo de 8 minutos, um pouco grande, porém denso em informações. Todos os lugares da cidade de Pirenópolis que você vê aqui nesse post você verá no vídeo também, com muita informação e animação! Tenho certeza de que irá gostar. Confira!

A viagem foi feita em Agosto de 2018.

Índice

Este post possui o seguinte conteúdo:

Mini-Guia

Vale a pena visitar Pirenópolis?

Se você mora no DF ou em Goiás, sim! Aliás, se não foi, acho que tá faltando que alguém te arraste a força. Vá logo conhecer! É uma bela imersão na história do estado, e também uma energizante e gelada visita a cachoeiras.

Se você é de outros estados e está passeando, sim, também! Apesar de existirem outros pontos muito bons também, como a Chapada dos Veadeiros (veja o nosso post aqui) ou Caldas Novas, Pirenópolis é uma opção legal porque além das cachoeiras tem também a bela cidade. C-c-combo!

Como chegar?

Se não mora na região, as duas cidades mais próximas com aeroporto são Brasília e Goiânia. Basta chegar nelas, alugar um carro, e partir pra alegria! Pirenópolis fica a 2h de ambas capitais.

Quando ir?

Recomenda-se a época da seca, entre Maio e Agosto, sobretudo se quiser visitar, também, as cachoeiras.

Claro, São Pedro pode mandar uma chuva de toda forma, como nos aconteceu em pleno agosto. Mas é improvável!

Onde ficar?

Aí depende do que você quiser fazer!

Se quiser curtir a cidade, como este post se propõe a sugerir, o melhor é ficar próximo do centro histórico, de preferência perto da Rua do Rosário, também conhecida como Rua do Lazer, ou da Igreja Matriz do Rosário. Dessa forma, conseguirá fazer tudo a pé, do contrário terá de usar carro e perder um tempo procurando onde estacionar. Apenas prepare a panturrilha, porque você sobe e desce morro — as ruas são um pouquinho íngremes!

Se quiser uma pousada mais diferenciada, ainda que longe do centro, existe, por exemplo, aquela em que ficamos, que foi a Castello de Giulietta e Romeo. Inteiramente estilizada em formato de castelo, é bem feitinha e pra lá de fotogênica. É maior do que aparenta nas fotos. Tem piscina inclusive com massagem. Há também uma área com redes, pra dar aquela relaxada boa. Só faltou ar condicionado bom no quarto, mas, fora isso, é confortável.

Nós registramos vôos de drone sobre a pousada e vocês podem conferir no fim de nosso vídeo do YouTube sobre nossa visita a Pirenópolis.

Por fim, fora da cidade, nas rodovias, você encontrará hotéis fazenda e resortes, com preços mais caros, mas que oferecem estruturas de lazer e de descanso em meio à natureza. Bom pra desintoxicar.

Um resorte, por exemplo, é a Estalagem Alter Real. Bem chique. Conhecemos porque fomos a um casamento por lá!

Quais os lugares mais bonitos para ver casas históricas e tirar fotos?

Pirenópolis não é toda “bonitinha”, como se espera. Quando se afasta do centro histórico, parece uma cidade comum do interior. Então, é importante visitar os pontos certos!

As melhores ruas para conhecer e tirar fotos são as seguintes:

  • Rua do Bonfim e Rua Aurora: duas ruas muito parecidas, bem arborizadas, com casas, pousadas e que convergem na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim. Para nós, os dois pontos mais bonito da cidade, sem dúvidas.
  • Rua do Rosário, popularmente conhecida como Rua do Lazer: Concentra a maior parte dos bares e restaurantes da cidade, que costumam funcionar até 1h da manhã.
  • Beco da Caldeia: uma rua estreita e bonitinha, com várias lojas, dentre as quais algumas de souvenir e de pimentas.
  • Avenida Beira Rio: também uma rua bem histórica, que termina com uma ponte icônica, a Ponte do Carmo.

Outros pontos ótimos para tirar fotos são as suas três principais igrejas: Igreja Matriz do Rosário, Igreja Nossa Senhora do Carmo e Igreja do Nosso Senhor do Bonfim. Segundo placas, não se pode tirar foto em seu interior, mas conversamos com eles e nos deixaram registrar o inteiror também.

Ademais, ao longo de toda a cidade, você encontrará estátuas de cavaleiros e do mascarado das Cavalhadas, importante é tradicional evento cultural de Pirenópolis.

Há, por fim, a Ponte Pênsil é um pouco distante do centro, mas também pode ser ótimo lugar para fotos!

É perigoso?

Na região próxima ao Rio das Almas, sim, é perigoso, e todo cuidado é pouco. Tem uma galera estranha, fique de olho. Inclusive, pudemos presenciar um ladrão correndo com um objeto que acabara de roubar. Loucura! Ô, Brasil… Por que tens de ser assim?

O que comer em Pirenópolis?

A maior parte dos restaurantes estarão na Rua do Lazer (Rua do Rosário), no Beco da Caldeia e na Rua da Aurora. Só passear e entrar no que achar mais interessante!

Quanto a comidas típicas, você poderá experimentar o famoso empadão goiano, as deliciosas panelinhas, ou, se quiser ser goiano raiz mesmo, arroz com pequi — lembrando que não se deve morder o pequi, ele tem espinhos.

Normalmente, quem não é goiano odeia arroz com pequi, eu incluso. Mas é uma coisa ame ou odeie. Não consigo nem sentir o cheiro! Quanto ao empadão goiano, acho quase impossível não gostar.

Tá, mas eu quero cachoeira. Quais são imperdíveis?

Em breve, post sobre cachoeiras.

Nosso Relato

Nossa visita a Pirenópolis foi durante o final de semana, e tínhamos um casamento no Sábado durante a tarde para ir. Além disso, acordamos tarde, pois estava cansado. Dessa forma, seria totalmente possível conhecer tudo em um dia, desde que acorde cedo, tenha o dia inteiro para conhecer a cidade e não enrole muito nos pontos (como nós, que fazemos filmagens e coletamos informações para o blog e o canal do YouTube).

Dito isso, vamos para o nosso relato!

Dia #0: Chegada – Noite na Rua do Lazer

Rua do Lazer

Chegamos na sexta de noite e nosso objetivo era caçar um restaurante na Rua do Rosário, popularmente conhecida como Rua do Lazer, e comer uma deliciosa panelinha, que é um prato típico por lá em que, essencialmente, se mistura arroz com um monte de coisas. É tipo quando sobra comida, sabe, e você mistura o que restou numa panela. Só que gourmet. E é bom!

O que a gente não esperava era chegar lá e ver tudo cheio e até com um palco montado. Pois é, estava rolando um Festival Gastronômico. Então tinha um palco com shows e umas banquinhas com exposições e, claro, comida. Estava lotadérrimo, e bem animado também.

Andamos, então, pela Rua do Lazer, apreciando o visual dos restaurantes, todos com o estilão colonial. Dá pra notar que alguns são bem intimistas, com decoração interna caprichada. Também demos uma passeada nas exposições que estavam tendo por lá, na rua perpendicular, a Avenida Beira Rio.

Escolhemos um restaurante na Rua do Lazer. Foi o Restaurante e Cachaçaria do Dill, que estava próximo do palco. Pedimos uma panelinha de charque com parmesão. Dizia ser para duas pessoas, e era bem servido. Para nós, chegou a sobrar. E estava uma delícia!

Depois isso, arranjamos energia sei lá de onde, provavelmente do além, e curtimos um pouco o show, que estava tocando sucessos de rock internacional (Coldplay, Talking Heads, AC/DC) e pop rock nacional (Cazuza, Legião Urbana, Capital Inicial).

Também conhecemos uma loja Zeca Lima Luminárias. O Zeca, dono da loja, faz umas luminárias lindíssimas para vender na Rua do Lazer, e você pode achá-la logo perto dos bares. Vale a pena passar por lá!

Fomos, então, para o nosso hotel.

Dia #1: Centro Histórico

Pousada Castello di Giulietta e Romeo

Começamos o nosso dia fazendo algumas filmagens e fotos do hotel onde nos hospedamos. Vejam o final de nosso vídeo no nosso canal do YouTube para conferir as filmagens!

Portal da Cidade

Visitamos o Portal da Cidade, que é charmoso como a cidade. Compensa parar lá e tirar uma fotinha!

Matriz Nossa Senhora do Rosário

Entrada: R$2,00

Depois disso, seguimos para a Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário. Há uma praça em sua frente. Andamos um pouco nela e logo entramos.

Uma Arquitetura Típica: a arquitetura da igreja é de exterior colonial e interior barroco-rococó, como as demais igrejas da cidade. Charmoso!

Paga-se R$2,00 para entrar, e você pode andar lá livremente. São três salas: a da entrada, que tem inúmeros painéis com informações sobre a Igreja; a sala principal, com o altar, onde se realizam as missas; e uma sala numa espécie de sótão, onde há um museu.

Igreja em Chamas: infelizmente, em 2002, houve um incêndio criminoso que destruiu a Matriz de Pirenópolis. Sem dúvidas uma catástrofe. Ela foi restaurada desde então, mas não com o mesmo nível de detalhes de antes. Mesmo assim, o restauro foi ótimo e ela ainda é bela!

Saímos, fizemos vôos de drone, e seguimos para o nosso próximo destino.

Ponte do Carmo

A Ponte do Carmo, no Centro Histórico, tem uma peculiaridade: só tem largura para um carro e uma passarela de pedestres. Todavia, ela funciona em dois sentidos, então, pra atravessar tem um pouco de trânsito!

Embaixo dela passa o Rio das Almas, onde algumas pessoas se banham. Tenham em mente que, apesar de interessante, é a parte mais perigosa da cidade. A depender do nível de descuido e do azar, pode ser que teu corpo fique e tua alma vá embora.

Museu do Divino Espírito Santo

Entrada: R$2,00

Uma grande tradição em Pirenópolis é a Festa do Divino Espírito Santo. Nela, você encontrará diversas peças expostas sobre a festa, bem como painéis contando a história da festividade.

Tradição é apelido: o primeiro registro histórico da Festa do Divino Espírito Santo é de 1819. São dois séculos de tradição! São inúmeros rituais e personagens — Império, Três Folias, Reinado, Cavalhadas, Cavalhadinha, dentre outros.

O restante do dia — Casamento

Nosso restante do dia foi dedicado a uma festa de casamento de uma amiga, que ocorreu na Estalagem Alter Real. O casamento foi belíssimo e a estalagem, que é um resort, também rendeu belas fotos.

O trágico é que resolveu chover em pleno mês de agosto, o que é uma trollagem master de São Pedro… e a noiva iria fazer um casamento ao ar livre. Então imagina o desespero da mulher! Mas acabou dando tudo certo, a chuva parou, e, devo dizer, acho que deixou o enterdecer ainda mais bonito e também baixou a temperatura significativamente, para o bem de todos e a felicidade geral da nação!

Dia #2: Mais centro histórico

Museu das Cavalhadas

Preço: R$2,00

Este é um museu destinado às Cavalhadas. O interessante é que é um mini-museu bem intimista, dentro da casa da proprietária. Inclusive, ele fica fechado, e a impressão é de que não está em horário de funcionamento… Mas é assim mesmo, basta tocar a campanhia que a dona abre o museu para você.

As Cavalhadas fazem parte da Festa do Divino Espírito Santo, e são tradicionalíssimas em Pirenópolis. Nela, os cavaleiros encenam, em cima dos cavalos (ou, do contrário, não seriam cavaleiros…) a luta entre os Cristãos e os Mouros. Fantasiam-se com roupas coloridas — até os cavalos são fantasiados! Crianças também participam com seus cavalinhos de pau, com o objetivo de manter viva a tradição nos pequenos, para que isso não acabe.

O objetivo do museu é justamente difundir essa tradição. Ele é pequeno, porém denso. Por todo lado que se olha há algo.

A alma por trás: Foi montado por Maria Eunice Pereira e Pina, uma grande influenciadora — não digital, falo de influenciadora raíz mesmo, que, ao invés de um blog na Internet, dedicou-se a uma exposição física! Poetiza, estava sempre preocupada em espalhar a cultura local. Seus dois filhos, Luiz Armando e José Luiz, participaram das Cavalhadas por mais de 20 anos. Um sonho dela era materializar o museu.

Começou expondo as roupas dos filhos, e, da simplicidade, o negócio foi crescendo chamando a atenção de todos. Hoje, infelizmente, ela já não está mais entre nós, bem como seus filhos.

Então sua filha, Célia, toma conta do lugar. Demonstrando enorme simpatia e alegria, dá pra ver que ela ama seguir os passos da mãe. Faz questão de fazer um tour guiado pelo museu, explicando tudo nos mínimos detalhes. E faz você querer visitar Pirenópolis durante as Cavalhadas. É o que faremos!

Ponte Pênsil Dona Benta

É uma ponte de madeira construída recentemente que passa em meio às arvores e em cima do Rio das Almas. É boa para tirar fotos!

Igreja Nossa Senhora do Carmo

Preço: R$2,50

Está Igreja tem uma fachada simples, ainda que bela. Construída em 1754, tem o estilo colonial com interior barroco-rococó. Tem um altar de madeira e até mesmo um púlpito.

Abriga em si, também, um Museu de Arte Sacra, com várias peças religiosas. Bem interessante!

Igreja Nosso Senhor do Bonfim

Preço: R$2,00

Para nós, foi a mais bonita. Ela fica em um ponto alto, o Alto do Bonfim, e, como as outras, pode ser visitada. Ela é de 1754, e, novamente, o estilo é colonial com as outras com interior barroco-rococó. Seu estilo tem essas duas torres, e o legal é que dá pra subir em uma delas.

Achamos que ela tem o interior mais bonito. Inclusive, chega a ter um teto pintado, na parte próxima ao altar!

Rua Aurora

Aproveitamos para dar uma andada na Rua Aurora, próxima da Igreja do Bonfim. O legal dela é que os casarões — que abrigam bares, restaurantes e pousadas — são super conservados, coisa linda de se ver. Isso sem contar que a rua é um tanto arborizada!

Museu Rodas do Tempo

Preço: R$40,00
Site: http://rodasdotempo.com.br/

Não visitamos o Museu Rodas do Tempo, pois faltou… tempo! Haha! Mas o lugar parece ótimo, e é uma opção também para quem quiser ver motos e bicicletas antigas.

O resto do dia

Nosso objetivo era ir assistir ao pôr-do-sol em um mirante no Parque Estadual Serra dos Pireneus.. Mas acabamos caindo com o carro em um buraco na pista! Não aconteceu nada com o carro e nem com a gente, mas tivemos que chamar um guincho pra tirar ele de lá.

De todo modo, chegamos a ver o primeiro mirante no caminho, que foi o da foto acima! Observe que a cidade, ao fundo, é Pirenópolis.